O papilomavírus humano (HPV) é um dos vírus mais comuns e uma das maiores ameaças à saúde feminina, especialmente quando falamos sobre o câncer de colo de útero. No Brasil, uma mulher morre a cada hora devido ao câncer de colo do útero, uma estatística alarmante e que pode ser combatida com informação, prevenção e tratamento adequado.

Neste artigo, vamos abordar de forma detalhada o que é o HPV, suas causas, sintomas, formas de transmissão e, principalmente, como prevenir e tratar essa infecção viral que está diretamente associada ao desenvolvimento de câncer de colo de útero. Com a vacinação e exames de rotina, é possível falar sobre a prevenção dessa doença que afeta tantas mulheres ao redor do mundo.

O que é o HPV?

O HPV (Papilomavírus Humano) é um grupo de vírus que inclui mais de 200 tipos diferentes. Ele é conhecido principalmente por sua capacidade de infectar a pele e as mucosas humanas. Entre as várias cepas do vírus, aproximadamente 40 tipos podem afetar a área genital, sendo transmitidos através do contato sexual.

Essas variantes do HPV são classificadas em dois grupos principais:

  • HPV de baixo risco: Este tipo de vírus está associado principalmente a verrugas genitais (condilomas) e raramente evolui para câncer.

  • HPV de alto risco: Estas cepas, especialmente o HPV 16 e 18, são responsáveis pela maioria dos casos de câncer de colo de útero, além de outros tipos de câncer, como câncer de vagina, vulva, ânus e orofaringe.

A infecção por HPV é extremamente comum. Estima-se que a maioria das pessoas sexualmente ativas será infectada por algum tipo de HPV em algum momento da vida. No entanto, na maioria dos casos, o sistema imunológico combate e elimina o vírus sem a pessoa nem perceber que foi infectada.

Causas e formas de transmissão

O HPV é transmitido principalmente por contato sexual, incluindo sexo vaginal, anal e oral, mas também pode ser transmitido por contato pele a pele nas regiões genitais. A infecção pode ocorrer mesmo que a pessoa infectada não apresente sinais ou sintomas, o que contribui para a disseminação silenciosa do vírus.

Outro ponto importante é que o uso de preservativos, embora reduza o risco de transmissão, não oferece proteção completa, já que o vírus pode ser transmitido por contato com áreas da pele não cobertas pelo preservativo.

O HPV pode ser transmitido em qualquer fase da vida sexual ativa, mas a infecção inicial ocorre geralmente pouco tempo após o início da vida sexual. Além disso, alguns fatores podem aumentar o risco de infecção, como:

  • Início precoce da vida sexual.
  • Múltiplos parceiros sexuais.
  • Sistema imunológico enfraquecido.
  • Tabagismo, que pode prejudicar a resposta imunológica do corpo ao vírus.
  • Outras infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia e herpes genital.

Sintomas do HPV

Na maioria dos casos, o HPV não causa sintomas perceptíveis e a infecção desaparece sozinha. Quando o sistema imunológico não consegue eliminar o vírus, o HPV pode permanecer no corpo por anos e, eventualmente, causar alterações celulares que levam ao desenvolvimento de câncer ou verrugas genitais.

Os sintomas do HPV variam dependendo do tipo de infecção:

1. Infecção por HPV de baixo risco

Verrugas genitais: São lesões visíveis que podem surgir nas regiões genitais, ânus, boca ou garganta. As verrugas podem variar de tamanho e forma, sendo pequenas, planas ou com aspecto de couve-flor. Elas podem ser indolores ou causar coceira, desconforto ou sangramento, dependendo da localização.

2. Infecção por HPV de alto risco

Câncer de colo de útero: O câncer de colo do útero é, de longe, a consequência mais grave da infecção por HPV de alto risco. Infelizmente, o câncer de colo de útero geralmente não apresenta sintomas nos estágios iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando os sintomas aparecem, eles podem incluir:

  • Sangramento vaginal anormal (fora do período menstrual ou após a menopausa).
  • Dor durante as relações sexuais.
  • Corrimento vaginal anormal.

Outros tipos de câncer: Além do câncer de colo de útero, o HPV de alto risco também pode causar câncer de vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe. Estes cânceres também podem não apresentar sintomas imediatos, mas sinais podem incluir lesões persistentes, inchaço ou dores localizadas.

Diagnóstico e detecção precoce

Como o HPV frequentemente não causa sintomas, especialmente nos estágios iniciais, exames de rotina são essenciais para detectar a infecção e prevenir complicações, como o câncer de colo de útero. Existem dois principais exames de rastreamento:

1. Papanicolau (Citologia Oncótica)

Este exame é utilizado para detectar alterações nas células do colo do útero que podem indicar a presença de HPV ou o início de um câncer. Mulheres devem iniciar a realização do Papanicolau a partir dos 25 anos, ou conforme orientação médica, e continuar realizando-o regularmente.

2. Teste de HPV

Este exame detecta diretamente a presença de tipos de HPV de alto risco no colo do útero. Ele é frequentemente indicado para mulheres acima dos 30 anos e pode ser feito junto com o Papanicolau.

Esses exames são fundamentais para a detecção precoce de alterações celulares e para evitar a progressão para o câncer.

Prevenção do HPV e do câncer de colo de útero

A boa notícia é que o HPV e suas complicações podem ser prevenidos de maneira eficaz. Aqui estão as principais formas de prevenção:

1. Vacinação contra o HPV

A vacina contra o HPV é uma das ferramentas mais eficazes na prevenção de infecções pelos tipos mais perigosos do vírus, especialmente os que causam câncer de colo de útero. A vacinação é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade, antes do início da vida sexual. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Mesmo adultos que já foram expostos ao HPV podem se beneficiar da vacina, que ajuda a prevenir novas infecções.

2. Uso de preservativos

Embora os preservativos não protejam totalmente contra o HPV, eles podem reduzir significativamente o risco de infecção. É importante usar preservativos de forma correta em todas as relações sexuais, mesmo nas práticas sexuais orais ou anais.

3. Exames de rotina

Manter os exames de Papanicolau e o teste de HPV em dia é crucial para a detecção precoce de alterações celulares e para evitar o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Consultas ginecológicas regulares são essenciais para monitorar a saúde íntima e garantir que possíveis infecções sejam tratadas no início.

Tratamento do HPV

Infelizmente, não há cura para o HPV, mas a maioria das infecções desaparece sozinha devido à resposta do sistema imunológico. Quando o vírus provoca alterações celulares ou verrugas genitais, diferentes tratamentos podem ser utilizados:

1. Tratamento de verrugas genitais

Verrugas genitais causadas por HPV podem ser tratadas com medicamentos tópicos que ajudam a destruir as células infectadas, ou com métodos mais diretos, como a crioterapia (congelamento das verrugas), cauterização (queima), ou remoção cirúrgica. Embora o tratamento elimine as verrugas visíveis, o vírus pode permanecer no organismo.

2. Tratamento de lesões pré-cancerosas

Se o Papanicolau ou o teste de HPV identificar alterações celulares no colo do útero, o tratamento precoce pode prevenir a progressão para o câncer. As opções incluem a remoção das células alteradas através de procedimentos como a conização (remoção de uma parte do tecido do colo do útero) ou a cauterização.

3. Tratamento do câncer de colo de útero

Nos casos mais avançados, onde o câncer de colo de útero se desenvolveu, o tratamento dependerá do estágio da doença e pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso no tratamento e melhores chances de cura.

O HPV é uma infecção viral que pode causar desde verrugas genitais até cânceres graves, como o câncer de colo de útero. No entanto, a boa notícia é que, com a vacinação, o uso de preservativos e exames de rotina, é possível prevenir a infecção e suas complicações. Além disso, com o tratamento adequado, mesmo mulheres que já desenvolveram lesões pré-cancerosas ou câncer têm boas chances de cura.

Consultas regulares ao ginecologista, a realização de exames de Papanicolau e o teste de HPV, além da vacinação, são as melhores estratégias para se prevenir contra o HPV e garantir uma vida mais saudável e segura. Não deixe de buscar informações e tomar medidas preventivas para proteger sua saúde e bem-estar.

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